CHAMIER, J. (1988). Indexação: conceito, etapas e instrumentos. Revista brasileira de Biblioteconomia. e Documentação., São Paulo, v.21, n.1/2 p.63-79.
A indexação é importante na A D. porque condiciona o valor de um sistema documentário, sendo que uma indexação inadequada ou insuficiente causam, segundo CHAMIER 90% dos ruídos ou silêncios do sistema.
Os ruídos acima mencionados representam os documentos não pertinentes à pesquisa efetuada e aos registros recuperados sendo que o silêncio refere-se a falta de resposta do sistema.
Segundo a UNISIST a indexação é a representação dos conceitos contidos no documento e transcrição dos conceitos em uma L.D. (classificações, thesauri, vocabulários controlados, lista de cabeçalho de assunto)
Operações/Processo:
- Conhecimento do conteúdo do documento – Leitura rapida/diagonal do texto, observando partes de concentração de informação como título, sub-título, introdução, conclusão etc...
- Escolha de conceitos seguindo as regras de seletividade ( seleção dos conceitos que representam o conteúdo e de interesse para o usuário) e exaustividade (todos os conceitos úteis selecionados). – Análise conceitual e condensação, utilização dos conceitos úteis.
- Tradução dos conceitos para os descritores/ termos da L.D –
- Incorporação dos elementos sintáticos – indicação na indexação da importância ponderada de cada conceito ou descritor.
Indexação pré-coordenada – indexação na entrada com a utilização de termos já coordenados entre si pelo indexador. (ex. sistemas de classificação, listas de cabeçalho de assunto).
Indexação pós-coordenada – indexação na saída, coordenação dos termos na fase de recuperação da informação.
Sistemas de classificações: linguagens de estrutura hierárquica.
Tipo de instrumento de indexação para os sistemas documentários. Linguagens que utilizam a pré-coordenação de conceitos e classes conceituais, indo do geral para o específico, sendo representadas por uma árvore hierárquica. Utiliza códigos ou índices numéricos, alfabéticos ou alfa-númericos.
A codificação numérica costuma ter um esquema decimal de classificação, sendo que a extensão do índice representa o grau de especificidade da representação numérica.
CDU criada por Otlet e La Fontaine em 1905 para o projeto de uma bibliografia internacional que possibilitou a criação do Instituto Internacional de Bibliografia que transformou na Federação Internacional de Documentação (FID) em 1937. Utiliza o esquema decimal, objetiva cobrir o universo do conhecimento, sendo que quando foi criada possuia 33.000 divisões de assunto passando para 210.000 na década de 70/80.
Os sistemas de classificação oferecem simplicidade de emprego, facilidade de memoriazação por serem codificadas, possibilitam hierarquização numérica de classes e sub-classes e principalmente a possibilidade de expansão e codensação conforme seja necessária para representação do assunto. Como desvantagens apresentam dificuldades para atualização, expressão de noções complexas e rigidez. A utilização de rubricas de assuntos baseadas nos sistemas de classificação gera a necessidade da repetição das diversas possibilidades de expressão do assunto sobre as várias abordagens exiistentes nos conceitos enfocados.
Thesauros: linguagens de estrutura combinatória
Foi devido aos problemas apresentados pela subordinação de elementos nos sistemas de classificação que surgiudo tesauro. É uma linguagem controlada, constituída de descritores que podem ser combinados entre si no momento da indexação, ou a posteriori para exprimir noções mais complexas.
Os descritores pertencentes a tesauros ou vocabulários controlados constituem-se em linguagens que permitem a tradução para uma linguagem artificial sem ambiguidade demoninada linguagem documentária, noções expressas em linguagem natural.
Tesauros contituem-se de termos normalizados sendo padrões definidos como utilização somente de palavras no masculino, singular e forma substantiva, visando proceder a eliminação de aspectos línguísticos com sinonímia e polissemia. Os termos sinônimos são representados por apenas um termo escolhido para o conceito a ele relacionado, tornando um termo preferido.
Termos que contém vários sentidos deverão ter seus vários conceitos explicitados como no caso do termo MANGA que pode referir-se a fruto e vestuário, sendo necessário indicar a acepção a o termo que se refere, utilizando palavras que funcionam com qualificadores.
Para diminuir o número de termos do tesauro/vocabulário, evitando que se torne muito volumoso pode-se remeter termos muito específicos para descritores mais abrangentes que são os denominados quase sinônimos documentários. Por exemplo: pontes elevadiças e pontes giratórias que podem ser remetidas para PONTE MÓVEL.
O tesauro não é apenas uma lista alfabética de assunto pois contém relações semânticas entre os termos, que permitem ao indexador ter um guia para a compreensão dos conceitos relacionados ao documento e sua tradução em descritores/termos.
São três as relações existentes: relação de equivalência, relação hierárquica e relação de associação, onde:
A relação de equivalência (USE e UP) remete ao termo descritor ou preferencial outros termos cujo conceito podem ser considerados sinônimos ou quase sinônimos. A relação hierárquica (TE e TG) permite situar um termo em relação a outro termo, compreendendo as relações genéricas e específicas. A relação de associação (TR) permite indicar termos que possuem conceitos relacionados entre si, de modo que a utilização de um desses termos leva o indexador a verificar o outro termo.
O tesauro contém uma lista alfabética com a indicação das relações entre os termos denominada por CHAMIER de dicionário conceitual. A lista alfabética pode apresentar sob a forma de lista permutada que permite a identificação de termos compostos com maior facilidade.
